quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um salve à musicalidade cristã!




Resolvi depois de muito tempo voltar a postar aqui. Realmente, foi num clima de indignação que me propus a sentar e teclar as palavras, termos e expressões que seguem no decorrer desse texto. A indignação de ver como ideologias e verdades, podem ser deturpadas e manipuladas com um punhado de retórica e uma pitada de domínio de conteúdo. Procurando bandas de rock cristão para ver uns clipes e ouvir algumas músicas, me deparo com um site que tem um artigo intitulado: “Rock Religioso - A Música do Diabo na Igreja!!”. Quem me conhece sabe que não resisto a ler e debater coisas extremistas como essas que as pessoas se prontificam a colocar na internet. Ao passar os olhos sobre o texto, fiquei abismado em como as pessoas podem deturpar trechos bíblicos e manipular informações ao bel-prazer para induzir os outros a pensamentos e ideais claramente errôneos. No fim deste texto, colo o link para quem quiser ver e avaliar com os próprios olhos os textos em tal site.

Começando a dissertar sobre tal assunto, gostaria de pontuar algumas coisas para deixar clara minha posição desde o início. Sou cristão, na batalha da conversão diária de todos, sou amante de musica (especialmente estilos como rock) e uma pessoa puta com quem fala coisas e não abre espaço para debate (como o site em questão). Indo realmente ao ponto, gostaria de iniciar falando que acho um absurdo alguém se mover a falar que o rock cristão adotado por muitas igrejas traz o Diabo para dentro delas e profana o ambiente sagrado. Só pra começo de conversa, não acredito que a igreja (estrutura de cimento e pedra) seja algo sagrado, pois como a bíblia diz, NÓS somos a igreja de Cristo. A palavra também diz que quer façamos seja o que for, que seja para enaltecer a Deus. Se fossemos atribuir a história e as atribuições preconceituosas do mundo sobre as coisas, também não haveria na igreja teatro, nem filmes, nem nada assim.

Sejamos francos, as harmonias e melodias e seus encaixes são grande prova Divina. Deus valoriza a música, e os levitas são provas vivas disso. O que difere uma harmonia santa e uma profana? Então um A(lá) seguido de D(ré) é santo, mas se colocar um Em(Mi menor).. ihh, ai é do diabo. Será que é a bateria com uma pegada mais rápida ou mais lenta? Deus fica lá em cima com um metrônomo e se acelerar o ritmo lasca tudo. Quem somos nós para acusarmos uns aos outros, quando a própria bíblia diz que o Diabo é quem aponta, quem acusa. Onde está o limiar que separa um "estilo musical santo" e um "profano"? Eu diria que na mensagem, na idéia, na motivação, na letra.

A partir do momento que podemos transmitir uma boa mensagem, evangelizar, trazer cristo para determinados âmbitos e pessoas, porque se limitar? Diga-me em que Deus se desagradaria disso? Das notas com quinta, os solos e a pegada rápida da bateria? Como ouvi num testemunho uma vez: “Se você não se agrada do meu cantar, é um direito seu, mas ele sobe mesmo assim”. Na própria bíblia diz que não seremos salvos por nossas obras, mas por nossas motivações e intenções, até porque como diria meu sogro “Ninguém é tão bonzinho que mereça o céu”. Concordo que não devemos causar, de forma alguma, escânda-lo, mas falar que por ser rock, automaticamente é do diabo? Faça-me o favor. Sejamos francos, nos colocar num patamar superior (coisa que Cristo condena), acusarmos, apontarmos e tudo isso sem nem ao menos refletir no que estamos fazendo, é no mínimo ignorância. Todos são iguais, irmãos e o mais importante, todos somos pecadores. Acho que está na hora de nos preocuparmos mais em nutrir amor, perdão e compaixão por nossos irmãos que em falar que "esse ou aquele" ritmo é do demônio. Um salve para a musicalidade cristã, principalmente em sua essência multiforme!

Link: “Rock Religioso - A Música do Diabo na Igreja!!” - http://www.espada.eti.br/rock1.asp

“Antes da ruína eleva-se o coração do homem; e adiante da honra vai a humildade. Responder sem ouvir é estultícia e vergonha.” Provérbios 18:12-13: