sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Praga Capitalista



Estamos vivendo atualmente um período de conturbações financeiras a níveis mundiais, conturbações essas que afetam diretamente e das mais variadas formas a vida da sociedade, fazendo-se questionar a credibilidade e integridade do sistema capitalista.
O capitalismo tem como base princípios éticos questionáveis, como o egocentrismo, a competitividade, a desigualdade e o consumismo excessivo. Porém é um sistema extremamente forte, graças a sua capacidade inigualável de se enraizar de tal forma a tornar quase impossível a independência dele depois de aplicado e sendo inserido numa sociedade tão competitiva torna o desejo de superioridade quase inato.
Num grande efeito dominó, o sistema capitalista elabora políticas financeiras e sociais que fazem com que as atitudes da sociedade se tornem essencialmente consumistas, gerando uma quantidade enorme de circulação de dinheiro que geram novos investimentos em produtos e serviços, que serão adquiridos pela sociedade, como em um grande círculo vicioso, onde todos os meios de comunicação têm essencial participação com a divulgação e incentivo, e a própria sociedade fortalece esse circulo cada vez mais, com suas atitudes diárias de consumo excessivo, de cultura exarcebada a beleza, entre outras.
Além dos problemas sociais relativos à política econômica e social capitalista, o sistema é o principal inimigo da questão ambiental, pois propõe um consumismo excessivo de uma grande variedade de produtos tóxicos e/ou que vivem em constante evolução, se tornando rapidamente obsoletos, um aumento absurdo na quantidade de meios de transporte e o grande avanço industrial, na eterna busca pelo lucro.
Quem sabe nós não estamos diante do calcanhar de Aquiles do sistema capitalista? O capitalismo é movido pelo egoísmo e ganância daqueles que querem deter mais e mais poder através do dinheiro, porém para que o capitalismo continue crescendo a sociedade não pode parar de comprar, se ela para de comprar a máquina para, como numa imensa pane geral, e em uma tacada só, a queda é grande o suficiente para mostrar o poder do povo em relação ao sistema.
O real problema é sempre o mesmo, a omissão da sociedade e a submissão aos considerados “poderosos”. Não se fala mais em revolução, quase não existem mais grandes pensadores ou revolucionários. Há ainda em alguns países a esperança de uma melhora futura, através de sistemas mais direcionados ao povo, mesmo ainda visando o lucro, como no caso do socialismo de mercado da china, que se mostra cada vez mais consolidado na economia mundial.
No mundo atual o povo é maltratado e humilhado quando na realidade tem a chave dessa máquina capitalista nas mãos, e pode pará-la quando quiser, mas a falta de informação, de cultura e de atitude nos jogam numa nova “idade das trevas”, onde nada mais é produzido, a não ser dinheiro.
Encerro meus pensamentos com um pequeno trecho da música “Até Quando?” de um dos poucos pensadores que ainda restam nesse país e que muitos já tentaram calar:

“Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente”

Gabriel, O Pensador.