terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Do the evolution!


Hoje pensando em qualidade musical, me flagrei perdido em meio a certas perguntas que gostaria de compartilhar com vocês, como por exemplo, se que existe um senso-comum em torno do tema "qualidade musical"? O motivo do meu questionamento é que, apesar dos milhões de gêneros musicais já criados e os que estão se constituindo, existem tipos musicais que são considerados bons (musicalmente falando) por uma esmagadora maioria, que pensa assim mesmo não apreciando o estilo. É aquela velha historia do "é bom sim, mas eu não sou muito chegado". Um bom exemplo que podemos utilizar para ilustrar tal teoria é a própria MPB. Embora muitos não gostem, ou prefiram outros ritmos, a maioria da população brasileira reconhece sua qualidade musical, mesmo que não seja de sua preferência.

Assim como a MPB, o jazz, blues e a música clássica também podem ser colocados nessa posição. O que eu me pergunto é: Porque isso? Se não é de meu agrado, como reconheço sua qualidade? Ou ainda mais, se reconheço sua qualidade, porque não é de meu agrado? Não pensem que encontrarão respostas para tais perguntas nesse post, apenas trago o tema para reflexão. Será que existe dentro de cada um de nós, um senso que nos aponta para qualidades musicais de maior e menor nível? Se aplicando também em relação à letra? Se existe, porque vivemos uma era onde, salvo exceções, o erotismo e a banalidade tem tido enfoque principal e a musicalidade vem se perdendo?

Acho que a musica vem se vinculando mais a experiência que ela propicia do que a sua essência propriamente dita. Sendo assim, podemos associar shows de, por exemplo, Swingueira (com ritmos e notas simples, e letras carregadas de um erotismo exarcebado) com bebidas, farra e diversão, tornando esse estilo musical "agradável" ou "massa". Foi-se a época em que era comum visitar uma ópera ou o show de uma orquestra, para fechar os olhos e sentir-se em outro mundo, onde a essência propiciava a experiência. Hoje em dia a experiência constitui a essência, e derivado disso vemos uma enxurrada de bandas e artistas de uma semana.

Acredito que essa seja uma reflexão válida, principalmente lembrando a influência que as musicas (em harmonia/melodia e letra) tem sobre a sociedade, seus objetivos e como ela pode ser um agente motivador para movimentos sociais. Se continuarmos do jeito que vamos, o unico movimento social que os novos estilos musicais motivarão será a revolução dos sem roupa, "por um mundo com mais sexo e menos pudor".

Almejo viver em uma sociedade que busque preparar um terreno musical melhor para nossos filhos, não que privilegie estilos em particular, mas que trabalhe em cima dos objetivos e influências, o que nossa musica traz, o que ela transmite e no que ela tende a influenciar. Quem sabe assim voltamos a ter grandes gênios que mobilizem o mundo como a Terra já não vê há algum tempo, como um pianista quase surdo que mudou a historia da musica clássica ou aqueles grandes poetas musicais que precisaram ser "exilados" tamanha influencia de suas letras no espirito revolucionário do povo.

Acho que precisamos de uma revolução musical. =)

sábado, 5 de dezembro de 2009

Um grito silencioso...


Me encontro escrevendo nesse momento graças à indignação tremenda que urge dentro de mim em função de alguns acontecimentos. Fico impressionado com a força que os pensamentos relativistas têm exercido sobre os julgamentos morais da sociedade vigente. Crimes hediondos agora exigem que se coloque a vítima em posição de culpada, graças aos possíveis “facilitadores” proporcionados por ela para que tal crime ocorresse.

É um absurdo imaginar que estamos começando a adotar uma perspectiva explicativa para todos os nossos atos imorais e cruéis, como se estivéssemos naturalizando os nossos instintos mais negativos, nossas origens que a própria genética reprimia para própria proteção da espécie, para a preservação da mesma. Não podemos deixar que a violência, a vulgaridade, a gravidade dos nossos atos mais “animalescos” se tornem algo tão cotidiano a ponto de ser visto com normalidade.

Nossa prepotência, nossa tendência a achar que nossos princípios são sempre melhores ou mais ponderados que os dos outros, a intolerância às diferenças e o preconceito são coisas que estão encaminhando as relações interpessoais para situações de agressividade extrema. Vivemos num século, como já dito em vários lugares, dominado pela depressão, pela perversão, por preconceitos e guerras. Se as coisas não começarem a serem julgadas a luz de uma moralidade ética que vise realmente abranger o bem estar de todos, estamos realmente próximos de nossa extinção.

Se prezamos realmente o mundo em que vivemos, nossas famílias e a nós mesmos, a situação exige que mudemos nossos posicionamentos apáticos em relação a essas coisas horríveis que acompanhamos nos telejornais enquanto almoçamos. Se não nos posicionarmos e ficarmos assistindo esse show de horrores, onde as mortes são tão cotidianas ao ponto de não assustar, onde os estupros são causados pela “abertura de brecha” da vítima, onde o preconceito é decorrente do livro sagrado... Se não fizermos nada estamos condenando a humanidade a um estado de caos onde a violência será a porta mais fácil para a resolução de todos os problemas, ai caros amigos... Sejam bem vindos as verdadeiras sociedades primitivas.