segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Educação?


Em devaneios noturnos oriundos de experiências vivenciadas nesse nosso querido contexto social brasileiro, me dispus a pensar ontem em como anda a educação moral em nosso país. Vejam bem, não falo de nosso ensino escolar fundamental e médio (que também não andam dignos de muitos elogios), mas da necessidade aparente de uma formação moral e cidadã para os jovens brasileiros... URGENTEMENTE.

Enquanto nosso governo se preocupa em mudar a cifra e o número de zeros que são investidos na educação, pensando que isso vai melhorar a qualidade de nosso ensino básico, estamos formando, em maioria, profissionais funcionais que nada mais fazem do que trabalhar 18 horas por dia para garantir um sustento mínimo para sua familia. Pessoas que podem até ter formação acadêmica, mas as vezes não tem o entendimento de seus direitos como ser humano e nem a necessidade de ter respeito consigo mesma, a noção de que merece ser respeitada.

Os jovens, outrora responsáveis pelas grandes mudanças políticas de nosso país, têm se tornado passivos em relação a toda a sujeira moral que anda se mostrando por ai, as vezes aparentam não ter noção nem do respeito que lhe é de direito, se submetendo a situações absurdamente humilhantes e enfrentando isso com um grau de normalidade e simplicidade que chega a ser assustador. Como podemos cobrar bons políticos governando o estado quando formamos (em sua maioria) apenas pessoas com conhecimentos acadêmicos (e olhe lá) acerca do sistema político? Não se trabalha na formação moral das pessoas que vão estar com a faca e o queijo na mão, mudando "ao bel-prazer" nossas vidas.

Acho que já é hora de largar a postura de que a moral e a cidadania são coisas intrínsecas, inatas, e que não precisam ser trabalhadas ou melhoradas. Precisamos de uma sociedade que busque reestruturar moralmente os princípios que há muito têm sido esquecidos, os bons costumes e a ética tanto no trabalho quanto nas relações, sejam de qual espécie forem. Só sairemos dessa lama de preconceitos e desrespeito quando começarmos a pensar que a base para todas as boas relações se pauta no comportamento moral, correto, ético para com o próximo e si mesmo.

Tão urgente quanto investir milhões na educação básica do "apreenda e reproduza", se faz necessária a reestruturação da escola e da família, de forma a formar novamente seres humanos, não máquinas funcionais que perdem a cada dia mais sua noção de respeito (para com o próximo e si mesmo) em função de altos saldos bancários no final do mês. Mais do que nunca precisamos pensar no futuro de nossas crianças e em como estamos preparando o terreno pra elas, afinal de contas queremos nossas crianças num mundo onde traição, prostituição, drogas, violência e corrupção sejam noticias diárias tão massantes a ponto de se tornarem "normais"? Acredito que existam pessoas que não queiram.

Faço minhas as palavras de Martin Luther King: "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."

Abçs