quinta-feira, 19 de novembro de 2009

"Educação para a vida deveria incluir aulas de solidão." (Mauro Santayama)


Pra ser sincero sempre corri de temas que tivessem a ver com sentimentos sabem? Sempre pensei que se fosse enveredar por esse caminho faria um diário adolescente online e não ajudaria nada nem ninguém, não instigaria o pensamento de ninguém, nem tampouco suas ações em prol de mudanças. Só que, de um tempo para cá, venho percebendo que são justamente as emoções que nos tornam tão humanos, nos diferenciam dos outros animais e servem como energia motivadora para o pensamento e ações.

Sempre considerei babaquice todas aquelas letras e textos melancólicos que tanto insistiam em bater na mesma tecla: O amor. Entenda por amor suas diversas manifestações e concepções, amor como paixão, como sentimento unitário, como sentimento multiforme, enfim. E a vida vem me guiando em direções que tem mudado essa minha concepção. O amor, como uma emoção/sentimento, tem a força de perpassar por vezes a própria razão, uma vez que nossa razão está tão submissa a nossa sociedade, nossa cultura, nossa religião, as dificuldades que ela sempre encontra pra fazer tudo... Nosso corpo é uma máquina tão perfeita que, acredito eu, seja regida por um princípio de homeostase emocional/reflexiva. É... sei que é uma frase complexa, mas acredito que esse enfrentamento dos âmbitos emocionais com os racionais busque a realização dos nossos mais íntimos desejos mediante a uma sociedade que sempre arruma um jeito de reprimi-los, acredito que seja uma busca pela harmonia interna.

Todos sabem o quanto o mundo em que vivemos e o sistema que nos rege preza pela objetividade, facilidade, comodidade, assertividade... Paradoxal quando se pensa que a própria vida é uma dinâmica inconstante e que sofre mutações invariavelmente, mutações essas que nem mesmo a razão pode explicar. Sempre fui amante da filosofia por prezar a razão que nela é vigente, mas hoje entendo o quão necessária se faz a presença do amor para que não nos tornemos máquinas em busca de uma felicidade que nos é imposta pelos pensamentos societais tão induzidos. Se pudesse hoje ter uma conversinha com o Cara lá De Cima, agradeceria mais uma vez que tenha sido tão perfeito na criação de sua obra. O livre arbítrio está ai, mas ele nos dá também um instrumento que nos guia para a felicidade (o coração) e um que o ensina como fazê-lo (a mente). Acho que preciso de umas aulas de fisiologia transcendental...